MERITOCRACIA

Filipe Sanches A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) pretende adotar o modelo meritocrático das escolas norte-americanas, implantado em São Paulo a partir de 2008, que bonifica professores com bom desempenho em sala de aula, garantindo remuneração extra conforme as turmas apresentem melhores resultados nas avaliações anuais. O sistema também envolverá alunos, que podem ser premiados com livros, cursos e notebooks; e escolas, que podem ganhar laboratórios de informática, salas de vídeo e coleções de livros. Premiar com dinheiro professores empenhados com a qualidade do ensino é uma das apostas do novo secretário de Educação, Nilson Pinto, para impulsionar uma mudança na educação do Estado. Ele diz que a medida será avaliada ao longo deste ano. Também não será em 2011 que o sonhado Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração dos servidores da Educação sairá do papel. Aprovado pela Assembleia Legislativa em 2010, o PCCR ainda depende de duas etapas não concluídas para ser efetivado, segundo o secretário: o recadastramento dos servidores da Seduc e a definição dos critérios de enquadramento, que será feita por decreto. "Nós temos um grupo de trabalho empenhado nisso. É nosso interesse implementar o plano, porque condiz com a nossa meta de melhorar a qualidade do nosso ensino, na qual melhorar as condições de trabalho dos nossos professores está incluído", diz Nilson Pinto. O secretário também planeja ampliar o acesso de professores da rede pública a cursos de licenciatura plena e pós-graduação. São 40 mil professores da rede pública sem curso superior, que ensinam no fundamental apenas com o já extinto curso técnico de magistério. Dezesseis mil deles foram incluídos, em janeiro, no Plano de Formação Docente, o ParFor, parceria com universidades cuja meta é formar professores sem diploma em cursos de licenciatura plena. "Melhorar a qualidade do ensino é tão fundamental e até mais importante do que aumentar a oferta de vagas", resume Nilson Pinto, que falou a O LIBERAL na última quarta-feira, 30.